quinta-feira, 30 de agosto de 2012

ÁGUA DE LASTRO


Água de Lastro

Carla Natália Conceição Souza

Orientador: Prof. Ms. Paulo Ferraz





Para que o navio mantenha sua estabilidade durante toda a viagem, é necessário utilizar água captada do mar (como lastro). Lastro é o peso colocado nos tanques dos navios para dar estabilidade e segurança e ainda controlar o calado das embarcações. A água de lastro é tão importante no transporte marítimo, mas vem causando preocupação ambiental nas últimas duas décadas. É o principal vetor para a introdução de espécies exóticas no território brasileiro, com 26% do total de transporte de espécies e, em seguida, incrustação com 20%.

Por muitos anos, foram utilizados vários elementos como lastro nas embarcações – areias, pedras, metais, terra. Conforme as estruturas dos navios foram se aperfeiçoando, passou-se a utilizar água do mar – principalmente a partir da Segunda Guerra Mundial. Aparentemente pareceu ser uma alternativa melhor, porém o problema está na troca da água, que deve ser feita ao longo da viagem, geralmente em alto mar.

O despejo de uma água “estranha” em um local pode acarretar problemas de ordem não somente ambiental, mas também social e econômico. Isso porque milhares de microespécies são transportadas nos navios e sua migração pode interferir na fauna e na flora de uma região, causando desequilíbrio ambiental, levando até doenças a determinadas comunidades. Esse processo é involuntário, não é objetivo da atividade.

Apesar disso, a maior parte desses seres vivos não consegue sobreviver em um local diferente, mas algumas espécies são resistentes. Além disso, essa transferência não ocorre apenas na água dos porões, mas também no casco das embarcações. O principal exemplo de bioinvasão via água de lastro é o mexilhão dourado, um pequeno molusco sem nenhum predador natural do Brasil, oriundo do sudeste asiático, encontrado em diversas regiões brasileiras. A invasão da espécie é considerada uma praga, que se reproduz facilmente. A espécie vive em colônias, e agrupadas podem rasgar redes, entupir aparelhos e causar outros prejuízos.

Existem alguns sistemas de tratamento da água de lastro, entretanto nenhum substitui o método da troca. Além disso, o método precisa ser seguro, prático, de baixo custo e ecologicamente correto.
Os principais métodos de troca são: sequencial (deslastrar por inteiro o tanque e recarregá-lo com água do oceano); de fluxo contínuo (tanque não fica totalmente descarregado, sem comprometer a estabilidade do navio, pois a água é bombeada para o tanque seguinte. Há risco da tripulação contrair alguma doença caso a água esteja contaminada); de transbordamento (a água armazenada no tanque é bombeada ao convés do navio, transbordando apenas a água limpa – processo deixa resíduos, com risco de contaminação); de diluição (é o método brasileiro, que vem sendo testado desde 1998 pela Petrobras. 
Ocorre o carregamento de água de lastro pelo topo e, ao mesmo tempo, a descarga dessa água pelo fundo do tanque, à mesma vazão, de tal forma que o nível seja controlado constantemente).

Em relação aos métodos a bordo, que não utilizam troca de água, existem o físico (filtragem), biológico (eliminação de uma espécie por meio de um predador), químico (adição de cloro), eletroquímico (eletrólise), entre outros. Todavia nenhum método substitui a troca.

Concluindo, a água de lastro pode ser definida como um mal necessário. Por ser um problema ambiental recente, comparando-se a outros, a água de lastro não tem uma legislação e uma fiscalização internacional eficaz. Porém, a Organização Marítima Internacional vem trabalhando acerca do problema para minimizar seus efeitos. Exemplo disso é o Programa Globallast, as Convenções Eco 92, Rio +10 e Rio +20. Enfim, os primeiros passos estão sendo dados.




Grupo Dragão


Adolpho Moreira
Adriana Pereira
Alan Gatti
Anderson Floriano
Bruna Freire
Fotis Dionysios
Marisol de Andrade
Vinícius Dias da Cunha

2 comentários:

  1. Achei o tema muito interessante, mal posso esperar para aprender mais em sala de aula!

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  2. Obrigada pelo comentária Adriana! Realmente é um tema muito interessante. Bons estudos.

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